terça-feira, 9 de julho de 2013

Quinas

160, estava escrito
num papel quadrado
entre quadraduras e arestas
talvez chegue a sua hora
foram muitos os números
e eram muitos números
infinitos números
e entre eles a minha hora
eu sempre fora do tempo
descompassei pelas ruas e becos
sempre muito sozinha
a contar as estrelas do dia
talvez chegassem a uma porta
talvez chegassem ao caminho
do quarto
que não era meu, era de outro
numa terra que não é minha
(e as terras nunca são minhas)
e aí ouviria a voz, enfim:
160!
Sem bingo
Desvaneceu
Os números nunca foram mesmo meus
E a sombra das costas da cadeira no quarto
parece chifres de um diabo.

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