terça-feira, 9 de julho de 2013

os sonhos não cabem nos editais

Eu não sirvo
Você não ouve
Mesmo que eu grite
Você só impõe
Só resolve logo
E eu não sirvo
A sua falta de diálogo
A sua visão macro
À pressa dos seus dias
Eu só sirvo ao sentir
E a essa essência
De me deixar em cada pedaço
De todas as terras

Eu não sirvo
As suas fotografias padronizadas
Aos seus documentos que só servem
A quanto custaram suas câmeras e lentes
À vaidade da sua conta bancária
Eu só sirvo
À gratidão
Pelo café 
Pelo sorriso
Do que me teve atenção

Eu não presto para nada
Eu não tenho o timing da televisão
Que você critica
Que você desliga
E faz igual
Eu só sirvo
A cada olhar
A cada delicadeza
Dos gestos
Da gente
Em que me guardo

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