terça-feira, 9 de julho de 2013

Morre é gente

A seca foi tão grande mas foi tão grande demais que queimou até o fogo que fazia com a viola, ressecou os tambor e as garganta, não deixou um pé no chão da roda. Faz nove que não chove, não tem cabôco nem vilão que resolve, nem que vem do Paraná. Fritô os versos na cachola, esmureceu as letras entre as linha, foi chegando a idade, deixou banguela a sanfona. É um sofrimento, um sofrimento, até os pano perdeu a cor. A terra já não dá nada mais, esse pé era carregado, moça, a gente fica aqui tomara que chova, tomara que chova que o povo hoje tá tudo rico, tem gordura farta e morre tudinho de esmurecimento. 

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