segunda-feira, 19 de março de 2012

ritmo

amor vai...
volta
se vai
esvai
volta.
amor vai
e volta
se vai
daqui
já foi
vambora.

às escondidas

os pés habituados à aspereza da estrada
já não sucumbiam a qualquer espinho
é claro que você preferia o amargo
a cachaça e a luz vermelha da lua nova
tinha espaço para um poema pela manhã
e até quando a tarde tinha cheiro de terra molhada
não deixávamos as águas varrerem as cascas
que largávamos pelo chão de frutas cítricas
para manter o gosto amargo no canto da boca
ou para que o rio não corresse demais
às vezes vinha a brisa carregando o querer
a lua se enchia daquele encanto de poeta
na boca uma onda lavava o amargo
depois, onda que era, levava você embora
eu torcia que rodasse moinho de volta
às vezes não passava nada.