quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Aquele dia desde que

As letras, os poemas,
As rotas da casa
Os objetos trocados de lugar
Alimentar as plantas, as teorias, a passagem
As voltas na rua, os problemas indissolúveis
As ligações, algo queimando,
As músicas, as músicas
Abre a janela, fecha a porta, esse vento
O almoço para sair
Os exercícios
Respiração curta
Muitos rabiscos
E perspectivas
Atirar a tinta
Fragmentar palavras
pelas paredes
Passatempos, expectativa,
Espera pelo badalo na porta
− Chegaram as horas
Que tecem
O dia de
desaguar
em você –
Fim da lista.


Linha e ar

tudo que quer definir
joga a  palavra na chamada
muitos oras
outros avras
meio e tória
e até ínios raciocínios
 do domínio
transborda e oras
são tantos térios
 para implodir
tais avras
e toda a prensa ele trada
são prib alfa ética
e ojesed
sentir no corpo
imagemalucinada
em eternorno.


samba

Essa nega perdeu o gingado
E maldiz qualquer um
Que viva
Na malemolência
Agora só sobe no salto
Pra dizer que da vida 
Ela sabe da frente pra trás
E aí diz que o churrasco é de gato
Que o tambor tá furado
O pandeiro, coitado,
Meu cavaco não serve
Nem pra cátar cavaco
(Falou tá falado!)
Mas se tem gente
batendo um samba
Ela treme, desliza
Ela samba ela samba

Eu não sei como ela samba
Se essa nega já não sabe mais ter jogo de cintura
Eu não sei como ela samba
Se ela nega o mistério e não olha mais pra lua
Eu não sei como ela samba
Se essa nega não quer mais ninguém mexendo a cintura
Eu não sei como ela samba
Se essa nega tá patroa e não ginga mais pra rua
Adormecer em você
além dos limites do dia
do tempo do corpo do sono
desfalecer a cada traço de toque
recompondo verdades:
talvez nas ondas da sua cintura
tenham se perdido
as chaves

quarta-feira, 10 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

Traçar destinos
Como quem diz
“Estou grávido!”
Dos campos vastos
De flores roxas
Que irradiam a tarde
Ricosurf não informa
que todos os dias
são altas as ondas
nesse peito mar de amores